terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Já vai tarde

calma que já está acabando
      Bom , vocês devem estar pensando que eu estou  falando do ex-ditador do Egito ou do ex-jogador de futebol  Ronaldo Fenômeno  , nem de um  , nem de outro , o ditador devia sair também , mas é uma pena que o Ronaldo se aposentou , tudo bem que agora ele não estava jogando nada , se metia em escândalos e estava bem acima do peso , mas as pessoas tem que se lembrar dos tantos  anos que ele jogou maravilhas ,levantou tantas taças , mas não é dele que eu quero falar , é do famoso horário de verão , aquele que faz o dia ficar mais curto , tira uma hora do meu querido sono , ainda mais agora que ele ficou bem mais precioso , porque agora é acordar às seis da manhã , tomar banho , tomar o café da manhã e partir para a escola , todos que eu perguntei me disseram que odiavam esse horário , eu não penso diferente , o bom é que esse horário já está indo embora neste sábado e JÁ VAI TARDE!!!


7 comentários:

  1. ainda sobre o Egito, li duas colunas tão opostas ontem na Falha, espia só:
    essa,
    VLADIMIR SAFATLE

    O século 21 começa

    No início do século 19, Napoleão enviou tropas à colônia do Haiti. O objetivo era retomar o poder da mão de escravos rebelados comandados por Toussaint Louverture e, com isso, reinstaurar a escravidão. Num estudo clássico, Cyril James conta o momento em que os soldados franceses, imbuídos dos ideais da Revolução Francesa, ouvem a "Marselhesa" ser cantada por seus oponentes, os negros.
    Desnorteados, os franceses se perguntam como era afinal possível ouvir suas próprias vozes vindas do outro lado da batalha. Afinal, contra quem eles estavam lutando, a não ser contra seus próprios ideais? Aquela experiência foi decisiva para quebrar-lhes o espírito de combate. A derrota foi uma consequência natural.
    Esse pequeno fato histórico nos ensina o que acontece quando uma ideia encontra seu próprio tempo. Ela demonstra que estava presente em vários lugares, à espera do melhor momento para dizer claramente seu nome.
    Quando os franceses ouvem suas próprias músicas vindas do campo inimigo eles, no fundo, descobrem que não são os verdadeiros autores de tais músicas. Quem as compôs foi uma ideia que usa os povos para se expressar. Quando isso fica evidente, então um momento histórico se abre impulsionado pela efetivação de exigências de universalidade.
    Por isso, talvez seja o caso de dizer que, enfim, assistimos o começo do século 21.
    Um fato como o 11 de setembro nunca poderia servir de marco para uma época, já que ele era um contra-acontecimento que serviu apenas para realimentar os piores preconceitos, medos e arcaísmos que deveriam ter sido há muito ultrapassados. Durante esses dez últimos anos, vivemos em um tempo morto e suspenso.
    O verdadeiro fato que tem a força de inaugurar uma nova época são as revoltas no mundo árabe. O desespero de alguns analistas em lê-las através de esquemas e dicotomias velhos de mais de 30 anos, em tentar ressuscitar o fantasma da fracassada revolução iraniana, apenas demonstra como eles não estão preparados para enxergar o novo.
    Como disse bem o sociólogo Olivier Roy, o que estamos vendo nesses países é a subida em cena de uma "geração pós-islâmica", que, tal como os escravos haitianos, se deixaram mobilizar por valores que precisavam, há muito, se deslocar para outros campos a fim de mostrar sua verdadeira força.
    Que 84% dos jovens egípcios digam querer "democracia" é uma prova de novidade que só o preconceito xenófobo de alguns é incapaz de enxergar.
    É claro que tais revoltas ainda estão longe da democracia liberal. Melhor assim. Já está na hora de livrarmos a democracia de suas amarras vindas do liberalismo. Talvez essa se transforme em uma das grandes tarefas deste século 21 que enfim começa.

    ResponderExcluir
  2. e essa:
    NADA COMO uma boa revolução para deslumbrar os deslumbrados. Sempre foi assim.
    Em 1789, a França abria um novo capítulo na história do mundo e um jovem parlamentar francês, Charles-Jean-François Depont (1767-1796), escrevia ao seu amigo Edmund Burke (1729-1797), o parlamentar irlandês que fora decisivo na causa independentista dos colonos americanos.
    Na sua missiva, Depont fazia uma pergunta retórica: Burke aprovava a queda da Bastilha e a nova era de liberdade que prometia banhar a França e a Europa? A pergunta era retórica porque Depont estava convencido de que sim: quem, em juízo perfeito, se opõe à "liberdade"?
    A resposta de Burke está contida em "Reflexões sobre a Revolução em França" (1790), obra singular na história do pensamento político. E pode ser resumida numa única palavra: depende.
    A "liberdade", em abstrato, é um valor inestimável, responde Burke. Mas, na prática, será que somos capazes de festejar a "liberdade" de um louco que abandona a cela pronto para aterrorizar a vizinhança?
    A metáfora de Burke é demolidora precisamente porque dinamita a "política de abstração" dos revolucionários franceses. Contra esses valores, Burke faz uma apologia do ceticismo e da prudência: o fato de derrubarmos um governo opressivo não significa necessariamente que o próximo será melhor.
    Os jornalistas ocidentais que viajaram para o Cairo nunca leram Burke. E pouco sabem sobre a história das revoluções na era moderna: na França, Rússia e, claro, no Irã.
    O caso iraniano é particularmente importante porque existem semelhanças de comportamento nos observadores ocidentais: em 1979, o Irã enterrava uma monarquia opressiva e corrupta e a "intelligentsia", com igual idealismo, olhava para o exilado Khomeini como "o Gandhi da Pérsia".
    Escusado será dizer que Khomeini não foi o Gandhi da Pérsia, antes, o patrono de uma teocracia violenta que hoje treina e financia grupos terroristas como o Hamas, em Gaza, e o Hizbollah, no sul do Líbano.
    Isso significa que o caminho do Egito será o do Irã três décadas atrás?
    Ninguém sabe. Ou, como diria Burke, depende. E esse desconhecimento deveria refrear o entusiasmo infantil que a imprensa e a televisão despejam sobre nós.
    CONTINUA...

    ResponderExcluir
  3. Para começar, o Egito não parece ter condições materiais, culturais ou institucionais para garantir uma democracia liberal, respeitadora dos direitos individuais e, fato crucial, em que a religião não domine a vida política e imponha as suas regras.
    Pelo contrário: o único partido da oposição a Mubarak organizado e disciplinado -a Irmandade Muçulmana- não garante esse quadro "democrático" e "liberal". Basta olhar para o Hamas em Gaza.
    Por último, é importante recordar o básico: não existem democracias sem democratas. Anne Applebaum, uma especialista na história do comunismo, escrevia recentemente na "Spectator" que os povos que desejavam a libertação do regime comunista na Europa do Leste identificavam-se com o modelo democrático ocidental.
    Ler os textos políticos de Václav Havel ou Lech Walesa é encontrar apologias expressas a uma liberdade tutelada pela lei em que a dignidade da pessoa humana e a iniciativa individual são respeitadas.
    Não existe nenhum Václav Havel ou Lech Walesa no Egito de hoje. E é, no mínimo, aberrante que os jornalistas e comentadores ocidentais confundam os milhares de manifestantes da praça Tahir -muitos deles genuínos democratas- com os 80 milhões de egípcios que estão longe, muito longe, desse tipo de cosmopolitismo.
    Segundo as pesquisas conhecidas, realizadas pelo conhecido Pew Research Center, em 2010, a maioria dos egípcios deseja uma maior participação do Islã na vida política, não olha para a democracia com grande entusiasmo e até apoia esmagadoramente os preceitos penais mais bárbaros da sharia.
    O Egito livrou-se de um ditador. Mas é possível e provável que o futuro seja pior -para o Egito, o Oriente Médio e para nós, ocidentais.
    É por isso que, nos delírios românticos dos últimos dias, a única coisa sensata foi dita pelo vice-presidente Omar Suleiman na sua comunicação ao país. Disse ele: "Espero que Deus nos ajude".
    Nem mais. Só Deus, agora, pode ajudar o Egito.

    ResponderExcluir
  4. ah,não tenho blog, apenas leio alguns e vim parar no seu.
    abração

    ResponderExcluir